Há o barulho da cidade…

Há o barulho da cidade, motores, buzinas, passos, conversas curtas. Desconexas. Exorando poesia, implorando por ela, que as pedras conversem, que as pessoas cantem, e que os motores acompanhem a canção, e desejo que o meu coração faça a percussão dos passos à visão.

 

E enxergar o lado belo, a beleza cotidiana, sem cenários falsos, criados para encobrir a verdade, mas o que sempre esteve lá, o rela, e faltou sensibilidade para olhar afundo, com os olhos, mãos e peito. E observar a poesia que Seu Benedito faz todo santo dia, traz a banca pra fora de sua loja escolhe os tomates, berinjelas, e cebolas mais bonitos, e cria um quadro em frente sua loja, com cores, texturas, volume, e cheiros.

 

E você pode apreciar todos os dias que passar por lá, a poesia cotidiana do Seu Benedito. As vezes acho que os pássaros são mais sensíveis, ou tem uma visão melhor que a nossa, capaz de observar o mundo e captar sua beleza, por que em tudo há, dos fios do poste, às árvores, com seu farfalhar. É bonito. E o canto parece querer participar, ou até maestrar, toda a dispersão.

 

Texto de Homã Alvico e foto de Augusto Aielo

 

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